sábado, 21 de junho de 2008

CD: Luciane Menezes abre as portas para a cultura de raíz!

Júlia Pedro


Sambista criada em São João do Meriti, Baixada Fluminense, Luciane Menezes impressiona não só por sua voz que impacta pela força, como por sua responsabilidade pela cultura de raiz do Brasil.
Luciane nunca levou fé no consenso de que não havia mais público para os gêneros populares da música brasileira e levou a frente a missão de registrar a multiplicidade de ritmos que se espalham pelo Brasil a fora, mas que fogem ao conhecimento do grande público. Então viajou pelo país cantando e pesquisando sambas, coco, jongos, cirandas, entre outros gêneros da música brasileira.

“Sempre me incomodou o fato de a música do Rio estar cada vez mais parecida com tudo o que toca no mundo. Acredito que temos uma riqueza que não pode ser desperdiçada. Com esse trabalho, procurei mostrar parte do que acredito ser o melhor do meu país” - destaca Luciane.

O projeto do disco, realizado com os integrantes do Pau da Braúna, e do show é patrocinado pela empresa Embratel que viu em Luciane, mais que uma bela voz e instrumentista de mão cheia, uma artista comprometida a uma causa. No repertório tem músicas de Lia de Itamaracá e Mestre Darcy do Jongo, mas passa pelo samba carioca, com Wilson Moreira e Nei Lopes e o sambista Aniceto, mestre do partido alto do Império Serrano. O regional está presente nas composições de Sivuca, em parceria com Gloria Gadelha, Luiz Gonzaga e de Capiba, passando pelo maracatu de Leão Coroado.

"O resultado é de um trabalho feito há 20 anos em que mergulhei no universo da cultura popular. Às músicas presentes, somei alguns cocos de roda. O show já é uma ampliação do disco. Por isso, criei uma área de interação dos músicos com o público, em todas as apresentações.... para que haja uma aproximação da galera com a música", explica Luciane.

Saiba mais: www.lucianemenezes.com.br

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Entrevista com João Marcelo Bôscoli

Ivoneth Merlin

Holofote Digital - O disco como suporte físico acabou?
João Marcelo Bôscoli - Não o disco como suporte físico não acabou. È usado como DVDs, games – ainda, por mais incrível que pareça – obras musicais, com os CDs. Ainda vai durar um bom tempo. Porém, isto não quer dizer que outros suportes e técnicas de compressão e encoding não estejam evoluindo a cada dia. O presente e futuro são multiformatos.

HD - Como a música será consumida no futuro? Quem paga a conta?
JM - Gosto de pensar em música como água, saindo de todas as torneiras em todo planeta, com valor acessível, tipo contas de luz, gás e água, cobrados periodicamente ou por uso imediato. Eu visualizo bilhões de músicas existindo na web, disponíveis para o público sem processos e problemas. Acho que o que Radiohead fez foi incrível. Eles estão abrindo os olhos das indústrias. Esse é um pequeno passo para o que está por vir. Há tantas possibilidades...

HD - Qual é a principal vantagem dessa época em que estamos vivendo?
JM - Descentralização do poder. O que era privilégio de algumas corporações, hoje já é dividido por centenas de milhões de pessoas. Compor, produzir, distribuir, vender, apresentar... tudo isto hoje é quase tão acessível quanto um violão. E, o melhor, pode ser feito tudo do seu quarto. É bom ver grandes corporações tendo que se dobrar ao individuo e perdendo poder. E ainda por cima fazendo campanhas milionárias para dizer que é contemporâneo e que está gostando desses novos tempos. Hilário.

HD - Que artistas você só conheceu devido às facilidades dos tempos atuais?
JM - Hoje em dia posso dizer que eu já perdi a conta.

HD - O estado da indústria da música atual já realizou algum sonho seu que seria impossível em outro momento?
JM - Sim, vários. Por exemplo: um player pequeno, com som razoável eu conhecia desde os oito anos de idade. Agora, um player onde caiba milhares de músicas ao mesmo tempo, tal qual um cassete, comprar e receber em casa a obra física ou simplesmente comprar só a faixa desejada, tudo pelo computador da sua casa. Isto sim é incrível.

O Futuro da música

Ivoneth Merlin

O “dia da caça” está chegando. Logo serão os fãs que decidirão quanto pagar pelo álbum de música desejado. Graças à Internet e à iniciativa de alguns artistas, os amantes da música poderão ter acesso às obras sem precisar pagar os altos preços cobrados pelo mercado. Esta é uma iniciativa que marca uma nova fase da indústria fonográfica, onde os lançamentos na internet e por selos independentes são as armas para fazer frente às grandes gravadoras.

O Radiohead, uma das bandas de rock mais influentes da última década, anunciou em outubro do ano passado que seriam os fãs que decidiriam quanto pagar pelo novo álbum. Desde então, milhares de pessoas fizeram o download de "In Rainbows" em MP3, formato no qual o álbum foi lançado. Outras bandas como o Nine Inch Nails, seguem o mesmo estilo e lançam seu mais novo CD pela internet.
Muitas empresas do ramo musical vêm sofrendo perdas significativas, e baixar música pela internet tem se tornado cada vez mais normal para os aficionados em música. Será que a internet salvará a indústria fonográfica?

O guitarrista e tecladistas da banda de rock, Pleasure Maker, em começo de carreira, Sandro Rossi, 25 anos, aprova a iniciativa. “O que o Radiohead fez foi, no mínimo, revolucionário. Acabou abrindo várias portas para todos que queriam mostrar sua música por ai”.

O fundador e presidente da Trama, João Marcelo Bôscoli, filho da cantora Elis Regina e do compositor Ronaldo Bôscoli, já mostrou que uma das soluções para resolver o problema da indústria fonográfica é usar a Internet como aliada. Este é o objetivo do site TramaVirtual, como um espaço on-line, onde artistas independentes podem colocar suas músicas para os usuários baixarem, gratuitamente. O site hoje tem mais de 100 mil arquivos de música digital, 41 mil bandas cadastradas e registra, em média, 800 mil downloads por mês. Desde julho, os artistas passaram a receber por esses arquivos baixados. Voltar.

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Bossa e Jazz se encontram em Copacabana

Ivoneth Merlim

Tudo começou em Copacabana, no lugar que ficou conhecido como Beco das Garrafas. Ali nasceu o gênero musical que se tornaria referência carioca para várias gerações de artistas. O ritmo ficou conhecido na voz de importantes personalidades da música brasileira como, Vinícius de Moraes, Tom Jobim, João Gilberto, Carlos Lyra, Ronaldo Bôscoli, Sylvia Telles, Roberto Menescal, Luiz Eça e Baden Powell. Estamos falando da Bossa Nova! Cinqüenta anos depois, a Bossa continua Nova e renovando seu público de admiradores em todo o mundo.

Apesar de brasileiríssima é tão internacional quanto o bairro em que ela nasceu. E é em Copacabana o lugar onde fica o Allegro Bistrô Musical, que comemora o aniversário da Bossa Nova unindo este gênero ao Jazz, em uma combinação perfeita e de muito bom gosto, presenteando os apreciadores da boa música, todas as quintas-feiras, no início da noite.

O Allegro Bistrô Musical funciona há oito anos na tradicional loja de discos Modern Sound, fundada em 1966. O espaço é moderno e aconchegante. O serviço é de primeira e a música fica por conta da banda Bossa Jazz Trio, formada por Paulo Russo (contrabaixo), Mauro Senise (saxofone e flauta) e Alberto Chimelle (piano).

A banda foi a principal incentivadora do Bistrô Musical e diz estar muito satisfeita com a aceitação do público. “Estamos na estrada há muitos anos, tocando em vários países da Europa e nos estados Unidos. Apesar de constatar que lá fora a aceitação do público à Bossa Nova é bem mais expressiva do que aqui no Brasil, estou muito feliz com este projeto que dura oito anos”, comenta Paulo Russo.
Serviço:
www.modernsound.com.br
Modern Sound
Rua Barata Ribeiro, 502
Fone: 2548-5005

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Show: MV Bill comemora sucesso de rádio, no Circo Voador

Júlia Pedro

Às 13 horas do dia 4 de junho de 2007 estreava na rádio Roquette Pinto, 94,1 FM – Rio de Janeiro, o programa A Voz das Periferias, apresentado por MV Bill e DJ Roger Flex. Ao longo destes quase 365 dias o programa tem conquistado um grande número de ouvintes, dentro e fora da cidade. E em comemoração deste primeiro ano de sucesso, o Circo Voador será o palco do que promete ser mais um marco para os fãs do estilo Hip Hop. A lona vai receber amigos, ouvintes e admiradores não só do trabalho de MV Bill, mas também do programa e quem passar por lá não vai se arrepender!
A intenção é dar a festa o mesmo clima de descontração do programa, com os clássicos do Hip Hop, mas sem esquecer das novidades. Sorteio de brindes também fará parte da festa, sem esquecer daquele algo a mais que o rádio não tem: imagem! Ao longo da noite participações de peso como DJ King (SP – Selo Crown), Mister Bomba (MC e produtor do SP Funk) e B-Boys, todos especialmente convidados para esta ocasião. Para finalizar MV Bill sobe ao palco trazendo um show lotado de novidades!

O “A Voz das Periferias”, que é exibido diariamente entre 13h e 14h, contou com o apoio do governador Sérgio Cabral, quando representantes de comunidades do Rio participaram de uma reunião no Palácio Guanabara. Na ocasião, MV Bill pediu para voltar a fazer o programa que teve sua primeira edição quando Benedita da Silva, atual secretária de Assistência Social e Direitos Humanos, era governadora. Após seu mandato, o programa foi extinto, e novamente incluído na grade da programação da rádio em maio deste ano.
Em sua retomada, a rádio expandiu sua programação que vai do samba de raiz a musica clássica, passando pela bossa nova e MPB. A nova proposta tem colaboradores de peso como o compositor Nelson Sargento, o músico João Roberto Kelly e o cantor Pery Ribeiro.

A comemoração está marcada para o dia 9/05 a partir das 22h. Garanta seu ingresso!

Saiba mais: www.circovoador.com.br

quinta-feira, 20 de março de 2008

Um show vibrante com Rita Ribeiro


Fabiana Maria de Jesus


Depois do o sucesso que foi a turnê do cd “Tecnomacumba”, Rita Ribeiro arrebentou em mais um show realizado nesse sábado, 15/03. A voz suave e ao mesmo tempo vibrante emocionou e empolgou cerca de mil pessoas que foram à Lona Cultural de Jacarepaguá para prestigiar a cantora maranhense. No repertório estavam os sucessos como "Há mulheres", “Jurema”, “O conforto dos teus braços", "Tambor de criola” entre outras.

A atriz Talita Bildeman se emocionou quando Rita cantou a música, “É d´Oxum”, um "ponto" adaptado de terreiros e que já é uma marca registrada da cantora. “Não tenho nem palavras para definir o que eu senti no momento. A música é linda a Rita é magnífica. Foi tudo maravilhoso. Agora vou esperar ansiosa para um novo show”, conta Bildeman.

Rita começou a cantar com 15 anos. Nos anos 80 a artista integrou o grupo Vira Canto e Boi Barrica. Mas foi em 1989, em São Paulo, onde Rita fez aula de canto e em 1997 foi lançado o seu primeiro cd, “Rita Ribeiro”, desde ai a cantora não parou, e gravou mais quatro cds.

Esse ano Rita lançará mais um álbum, e tem como projeto divulgar a sua parceria com as cantoras, Jussara Silveira e Teresa Cristina, o show “Três meninas do Brasil”. Elas interpretarão diversas músicas brasileiras.

segunda-feira, 17 de março de 2008

SHOW: Arnaldo Antunes relança seus sucessos, no Circo Voador


É difícil de acreditar! Mas Arnaldo Antunes está mais calmo! Depois de uma carreira barulhenta, que inclui passagens pelo Titãs e Tribalistas, o cantor surpreende seus fãs e faz uma releitura de sua própria trajetória. No último sábado, Arnaldo Antunes pousou no Circo Voador para mostrar seu mais novo trabalho, “Ao Vivo no Estúdio”, em show bem light.
A idéia de gravar o disco “Ao Vivo No Estúdio” surgiu com a intenção de registrar o disco “Qualquer”, de 2006, em DVD. No show desse disco, ele resolveu adotar uma postura mais intimista, com uma formação que incluía apenas violões, sanfona e teclados, dispensando bateria ou percussão, característica marcante de suas apresentações. As músicas de seu repertório mais clássico ganharam novo formato, dando espaço a tons mais amenos, o que enfatizou a região natural de sua voz, especialmente grave.


“Adaptamos os arranjos do disco para a formação de um trio, composto por Chico (Salem), nos violões de aço e nylon; Betão (Aguiar), na guitarra e violão de nylon, e Marcelo (Jeneci), nos teclados e sanfona. Creio que conseguimos recriar a atmosfera do disco, com algumas novidades de timbres e levadas”. – conta Arnaldo.


O seu repertório acabou se consolidando com músicas de todas as suas fases solo. Entre outras, entraram “O Silêncio”, “Saiba”, “Pedido de Casamento”, “Judiaria”, “Socorro”, “Se Tudo pode Acontecer” e “Fim do Dia”, além da inédita “Quarto de Dormir”. Da época do Titãs, foram recriadas “Não Vou me Adaptar” e “O Pulso”. Da parceria com Marisa Monte e Carlinhos Brown nos Tribalistas, Arnaldo regravou “Um a Um” e o mega sucesso “Velha Infância”. Duas releituras também ganharam destaque: “Bandeira Branca”, de Max Nunes e Laércio Alves; trilha sonora do filme “Gêmeas” e o clássico “Qualquer Coisa”, de Caetano Veloso.


“Nunca tive tanto prazer em cantar como nesse show. A sonoridade se adequou muito bem à intenção que eu queria imprimir no canto, mais sereno, saboreando cada sílaba”. – se delicia o cantor.





Júlia Pedro